Ninguém adivinha que estás mal | Adriana
Boa noite, sei que demorei a postar mas estou de volta! Este texto vai ser baseado no que já aprendi nos poucos anos de vida que ainda tive.No entanto, torna-se um pouco pessoal porque toca em assuntos que eu já passei, e nos dois lados da situação. Achei que seria conveniente falar de algo que toda a gente passa uma vez na vida. E, que por vezes, nem se atrevem a falar disso ou admitir que já passaram. Isso é: não confessar que estamos magoados.
Como disse previamente, já tive perante os dois lados da situação: o lado que não confessa que está magoado e o lado que só sabe tarde demais. Em amizades, namoros e ambientes familiares, é normal existirem zangas. Como uma pessoa que me é muito próxima costuma dizer, é normal estarmos sempre à quem da expectativa das pessoas que mais dos que mais gostamos. Porque se gostamos tanto e confiamos, torna-se complicado aceitar quando que elas erram ou por ventura nos magoam. O problema ainda maior é quando não existe a confiança para falar e o medo de confessar que se está magoado, ou então o orgulho. O mais fácil acaba por ser fugir.
Um dos lados é aquele que está magoado. A pessoa é magoada por alguém de sua confiança e, no entanto, é incapaz de chegar à frente e pôr os "pontos nos is". É difícil. Todos nós sabemos que é muito difícil dizer a alguém que a atitude deles pode não estar a ser a melhor. Que nos magoaram ou que estão a ser má influências para a nossa estabilidade psicológica. Seja que razão for, é difícil e acaba por também ser uma questão de orgulho. Isso levanta a outra questão: se são tão de vossa confiança, porquê que não haveriam de vos ouvir?
A verdade é que as reacções podem não ser as melhores, a partir do momento que essas que não
tenham ideia do que o fizeram ou se na visão deles a razão pela qual se está magoado não é razão para se fazer um drama. Criam-se conflitos. A aceitação pode demorar e um pedido de desculpas pode vir com atraso. A melhor maneira de tentar evitar isto é falar sem atacar. É apenas confiar o que se está a passar e o que vos está a incomodar, sempre tendo em conta que a pessoa em si pode ficar magoada se o discurso for de maneira de ataque. Por exemplo:
"Recentemente parece que só me ofendes, não queres saber de mim, só falas mal para mim."
ou
"Tenho sentido que o ambiente está estranho. Falas-me um pouco mal e dizes coisas que me magoam ás vezes. Está tudo bem contigo? Não te quero magoar mas ando mesmo em baixo com isto. E queria saber o que se passa e queria também te confessar que não me sinto bem e não acho justo manter só para mim."
Vêem a diferença? O mais provável é ter uma reacção mais calma com a segunda frase porque vem do coração ( sim, cheesy ) do que na primeira que só se ataca e se diz que ele/a está a ser horrível. Se a pessoa nunca te deixar falar assim que tentas explicar o que sentes então não valerá a pena continuar a tentar, no entanto, já falaram e já disseram o que sentiam. É bom para o vosso equilibro mental e para se sentirem sem remorsos e palavras por dizer.
Acreditem, independentemente da razão, é sempre pior se se afastarem. Elas não vão adivinhar que vocês estão mal. E tal como vocês, pode existir demasiado orgulho para tentar perceber o que se passa porque já houve um afastamento sem que a pessoa entendesse o porquê. Se não existe sequer uma tentativa de melhorar de um lado, será que o outro tem de se esforçar? Eu sei que sim, muitas vezes as pessoas que sentem que a outra se afastou, devem tentar perceber o que se passou. Mas se também recebem uma chapada de luva branca, acham que elas vão continuar a vir atrás? Vai-se tornar tudo complicado, e vão ser caminhos de orgulho. Até que um ceda ou então até que volte ao normal vai demorar muito, se voltar sequer.
Portanto, em suma, o melhor é sempre, MAS SEMPRE, confessar assim que algo está mal. Se as pessoas não entenderem é seguir para a frente e não matutar nisso, não falar mal, não desejar mal, nem dizer que elas são horríveis. Esta é das partes mais difíceis porque quando estamos magoados, todo o tipo de coisas sai da boca para fora sem filtro. Faz parte do crescimento, aprender a por um filtro e aprender que não podemos odiar toda a gente que um dia já nos magoou. Porque as pessoas são diferentes e vêem a vida à sua maneira; e quando não combinam, tem de se aceitar e soltar para então se encontrar pessoas que pensem como nós e que nos identifiquemos melhor. Pode demorar uma vida a aprender a ser assim. Não faz mal não ter amizades para a vida. Há pessoas que entraram na nossa vida mesmo só para ficar um tempo limitado. Serão sempre essenciais para o nosso amadurecimento. E quem sabe um dia pode se manter um contacto lowkey com quem se deixou para trás. Como disse já tive dos dois lados, e já errei. Escrevo estas palavras como conselho a mim mesma e espero que sirva de conselhos a vocês todos!
Boa semana!
( cr. fotos: pinterest )
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